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Benefícios do Pilates para dor nas costas

Benefícios do Pilates para dor nas costas

A dor nas costas é uma condição que pode atingir até 65% das pessoas anualmente e até 84% das pessoas em algum momento da vida, apresentando uma prevalência pontual de aproximadamente 11,9% na população mundial, o que causa grande demanda aos serviços de saúde. Entretanto, esses valores podem estar subestimados uma vez que menos de 60% das pessoas procuram por tratamento. Infelizmente um diagnóstico específico sobre causas da dor não é determinado em 90-95% dos casos, uma vez que a dor nas costas apresenta caráter multifatorial.

Todavia, existem autores que relacionam a presença da dor nas costas a um conjunto de causas, como por exemplo:

  • Fatores sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade);
  • Estado de saúde;
  • Estilo de vida ou comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo);
  • Ocupação (trabalho físico pesado, movimentos repetitivos).

Entretanto, em uma revisão sistemática conduzida por Vollin, foi verificado que nos países desenvolvidos onde a demanda física no trabalho é menos intensa, a prevalência da dor nas costas é duas vezes maior, quando comparada à população dos países de baixa renda, onde a exigência física laboral é maior. Com base nos achados deste estudo, o sedentarismo parece ter um maior impacto na ocorrência, quando comparado ao trabalho físico intenso.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as dores da coluna (cervical, torácica, lombar e pélvica) são a segunda condição de saúde mais prevalente do Brasil (13,5%), entre as patologias crônicas identificadas por algum médico ou profissional de saúde, superadas apenas pelos casos de hipertensão arterial (14%).¹

A dor nas costas é um dos problemas de saúde mais comuns e gera impactos pessoais (morbidade), ocupacionais, sociais e econômicos. Em 2007, essa foi a primeira causa de invalidez entre as aposentadorias (previdenciárias e acidentárias) no Brasil, com prevalência superior a 50% em um ano.²

 

Anatomia da Coluna

A coluna vertebral segundo Hamill & Knutzen provê tanto flexibilidade quanto estabilidade ao corpo.³ Ela é dividida em quatro partes somando um total de 33 vertebras, a cervical que possui 7 vertebras, a torácica com 12, lombar com 5 e a sacral com 5 vertebras fundidas sendo 4 corpos vertebrais e o cóccix. Os discos intervertebrais separam as vértebras, exceto entre a primeira e a segunda vértebra cervicais (C1 e c2) e entre o sacro e cóccix.

Figura 1 - Anatomia da coluna

A coluna vertebral apresenta 3 funções básicas e principais, são elas:

  • Suporte – para todo o corpo;
  • Proteção –  da medula espinhal no canal vertebral;
  • Movimento – as vértebras articulam entre si oferecendo mobilidade para a coluna vertebral.

A coluna apresenta 6 graus de mobilidade, realizando movimentos de: flexão, extensão, flexão lateral direita e esquerda e as rotações direita e esquerda.

 

Pilates para dor nas costas

Fig.2 - Orientação de Joseph H. Pilates para execução do "The Hundred"

O método Pilates consiste em um programa de exercícios que envolve todo um trabalho de conscientização corporal através da prática física. Esse método caracteriza-se por movimentos projetados de forma que os executantes mantenham a posição neutra da coluna vertebral, minimizando o recrutamento muscular desnecessário, prevenindo a fadiga precoce e a diminuição da estabilidade corporal. Ou seja, o treinamento visa melhorar a flexibilidade geral do corpo, a força muscular, a postura e a coordenação da respiração com o movimento, sendo, portanto, esses fatores essenciais no processo de reabilitação postural.4

Recebemos em nosso studio clientes que chegam com várias patologias, que muitas vezes, começaram como uma simples dor na coluna.  Diante disso, percebemos a importância de ensinar ao cliente a preservação da coluna e pelve neutra. A cada dia sentimos a necessidade de introduzir e preservar essas conexões corporais de forma consciente em nossas aulas e no dia a dia de nossos alunos, proporcionando assim uma maior liberdade de movimentos, auxilio ou diminuição das dores na coluna e assim, consequentemente, uma melhora geral em sua qualidade de vida.

Em nossas aulas, buscamos sempre orientar a busca do equilíbrio postural. Para acabar com a dor na coluna costumamos falar para o cliente da sua responsabilidade envolvida ao trabalho que iremos desenvolver nas aulas, pois 50% é nossa parte e os outros 50% são de responsabilidade dele. A correção postural é um trabalho a longo prazo, que requer esforço e aprendizado diários. Buscamos no repertório os exercícios de Pré-Pilates ou as adaptações dos exercícios originais, mas, em sua grande maioria as tarefas de casa se resumem aos ensinamentos dos princípios. Se você ainda não leu a matérias sobre os princípios do Pilates leia já: O que é Pilates?

 

Dicas para o dia a dia!
Quando estiver em pé:

Observe se a descarga de peso está dividida igualmente nas duas pernas;

Mantenha suas escapulas (asas) em alinhamento com o crânio e a coluna cervical;

Mantenha a coluna lombar e a pelve neutras.

 

 

 

 

 

Quando sentado:

Mantenha a descarga de peso em ambas as pernas, evitando cruzá-las;

Apoie completamente a coluna, o crânio (região occiptal), a torácica;

Manter a região sacral rentes no encosto;

Mantenha a descarga de peso nos ísquios (ossos do bumbum).

 

Durante o caminhar, sentar, levantar-se, abaixar ou erguer peso: Ative o Power House! Posicione corretamente a coluna e a pelve de maneira neutra.

 

Conclusão

É possível diminuir as chances de ter crises de dores com o fortalecimento dos músculos estabilizadora da coluna. Eles são importantes não só para quem nunca teve problemas de coluna, mas também para quem já sofreu com as dores e não quer passar por isso novamente.

O Pilates é um excelente método para alivio da dor na coluna, pois ele trabalha a Contrologia, ou seja, faz com que o paciente / alunos aprenda a controlar os músculos do corpo, melhorar a postura, trabalhar o fortalecimento geral do corpo, equilíbrio, alongamento e por fim relaxamento da musculatura.

 

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Referências Bibliográficas:

1 – NASCIMENTO, Paulo Roberto Carvalho do; COSTA, Leonardo Oliveira Pena. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Cadernos de Saúde Pública, v. 31, p. 1141-1156, 2015.

2- FRASSON, Viviane Bortoluzzi. Dor lombar: como tratar? ISBN: 978-85-7967-108-1 Vol. 1, Nº 9 Brasília, junho de 2016.  (Disponível em:https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5148:tratamento-de-dor-lombar-e-tema-de-novo-fasciculo-sobre-uso-racional-de-medicamentos&Itemid=838 acesso dia 25/07/2018)

3 – HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 1999.

4- SEGAL, N. A.; HEIN, J.; BASFORD, J. R. The Effects of Pilates Training on Flexibility and Body Composition: An Observational Study. Archives of physical medicine and rehabilitation, v. 85, p. 1977-81, 2004.

Zion Pilates

1 comment so far

Dalva SantosPosted on9:56 pm - Jul 29, 2018

bem interessante o texto, eu melhrei muito minha qualidade de vida depois que comecei a fazer pilates. recomendo

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